CURITIBA, Brasil – O mercado de motocicletas usadas está vivendo um fenômeno inusitado: modelos das décadas de 1990 e 2000, antes considerados “velhos”, estão se tornando verdadeiros objetos de desejo, com preços que desafiam a lógica. O caso mais recente que chocou entusiastas e especialistas é o de uma Honda CBR 600RR de 2005, vendida por um valor superior ao de uma moto zero quilômetro da mesma categoria.
A motocicleta em questão, com seus vinte anos de estrada, impecavelmente conservada e com baixa quilometragem, foi arrematada em um leilão online por R$ 75.000,00. Para efeito de comparação, uma Honda CBR 650R 0km, modelo atual e com tecnologia de ponta, pode ser encontrada nas concessionárias por aproximadamente R$ 68.000,00 (preço de tabela, podendo variar com acessórios e frete).
“Estamos presenciando uma verdadeira inversão de valores”, comenta Roberto Almeida, proprietário de uma loja especializada em motos clássicas. “Essa paixão pelos modelos dos anos 2000 não é apenas nostalgia; é a busca por motos com mais ‘alma', um design que marcou época e, em alguns casos, uma mecânica mais robusta e menos eletrônica do que as motos atuais.”
O Que Explica Essa Valorização?
Diversos fatores contribuem para essa “febre” pelas motos do início do milênio:
- Nostalgia e Exclusividade: Muitos motociclistas que cresceram admirando essas máquinas agora têm poder aquisitivo para realizar o sonho de ter o modelo que marcou sua juventude. Modelos bem conservados e originais são cada vez mais raros.
- Design Icônico: As motos dos anos 2000, especialmente as esportivas, são lembradas por suas linhas agressivas e cores vibrantes, que as distinguem dos designs mais “limpos” e padronizados de hoje.
- Performance Acessível: Embora não tenham a mesma tecnologia embarcada das motos modernas, muitas dessas motocicletas ainda entregam um desempenho de tirar o fôlego, com uma pilotagem mais “pura” e visceral.
- Investimento: Para alguns, a compra dessas motos representa um investimento. A expectativa é que, com o tempo, a raridade e o status de “clássico” desses modelos aumentem ainda mais seu valor.
Além da CBR: Outros Modelos em Alta
A Honda CBR não é um caso isolado. Outros modelos de fabricantes como Yamaha (especialmente as R1 e R6 daquela geração), Suzuki (as GSX-R K4/K5) e Kawasaki também estão registrando valorizações impressionantes. Especialistas alertam, no entanto, para a importância de verificar a procedência e o histórico de manutenção dessas motos, já que a idade pode trazer custos inesperados.
A pergunta que fica é: até onde vai essa febre? Será que as motos dos anos 2000 se tornarão os próximos “carros de coleção”, alcançando valores estratosféricos? O tempo dirá, mas uma coisa é certa: o ronco dos motores do passado está cada vez mais alto no presente.
O que você acha dessa valorização das motos antigas? Você investiria em um modelo desses?