domingo, agosto 3, 2025

Copel Rumo ao Novo Mercado: Um Catalisador para as Ações

A Copel (CPLE6; CPLE3), gigante do setor de energia, deu um passo significativo em sua jornada de aprimoramento de governança corporativa ao aprovar o início do processo de migração para o Novo Mercado da B3. Este segmento especial de listagem é reconhecido pelos mais altos padrões de governança, e a decisão da companhia paranaense, que será deliberada em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) em 4 de agosto e com conclusão esperada para o quarto trimestre de 2025, já repercute positivamente no mercado.

O mercado tem acompanhado de perto os desdobramentos, com as ações preferenciais (CPLE6) e ordinárias (CPLE3) reagindo à expectativa. Às 10h18 do dia da notícia, CPLE6 registrava leve queda de 0,24%, cotada a R$ 12,52, enquanto CPLE3 apresentava alta de 0,60%, a R$ 11,70, em um cenário de movimentação no Ibovespa.

Um dos termos mais relevantes da proposta é a criação de uma nova classe de ações preferenciais compulsoriamente resgatáveis, as PNC. Essa medida visa simplificar a estrutura acionária da Copel, um movimento elogiado por diversas instituições financeiras. A XP Investimentos, por exemplo, avalia a decisão de forma positiva, enxergando-a como um passo crucial para aprimorar a governança corporativa da empresa. Analistas da XP preveem que a eliminação das diferentes classes de ações contribuirá para aumentar a liquidez dos papéis ordinários, atraindo uma base de investidores mais ampla e, consequentemente, reduzindo o custo de capital no longo prazo.

A XP também sublinha o pagamento em dinheiro de R$ 1,3 bilhão aos acionistas preferenciais, equivalente a R$ 0,7749 por ação (com um rendimento de cerca de 6% sobre CPLE6), como um valor significativo, mas que não compromete a saúde financeira da Copel. Mesmo com a alavancagem estimada subindo de 2,3x para 2,5x dívida líquida/Ebitda após o resgate das ações PNC, o índice permanece dentro da faixa inferior da nova política de capital da Copel, reforçando a solidez da companhia. A corretora reitera sua recomendação de compra para as ações da Copel, com preço-alvo de R$ 13,80, apostando que a migração para o Novo Mercado será bem recebida pelos investidores.

O Itaú BBA corrobora a visão otimista, enfatizando que o anúncio impulsiona a governança da empresa, atrai mais investidores estrangeiros de longo prazo e aumenta a liquidez das ações. O banco considera os termos finais da migração justos para todos os acionistas envolvidos, mantendo a recomendação de compra e preço-alvo de R$ 13.

O Goldman Sachs também se manifestou favoravelmente, destacando os benefícios estratégicos da medida para a governança, estrutura de capital e atratividade das ações da Copel. A equipe do banco americano vê a conversão das ações preferenciais (CPLE5 e CPLE6) em ações ordinárias, com a criação temporária da Classe C resgatável, como uma etapa importante para a simplificação da estrutura societária. A transação elimina o pagamento de dividendos diferenciados e alinha os direitos políticos entre os acionistas.

Para o Goldman Sachs, embora o pagamento de aproximadamente R$ 1,3 bilhão aos acionistas preferenciais deva pressionar levemente a alavancagem, o impacto é administrável e pode ser compensado por maior eficiência de capital e possível renegociação de covenants com credores. O banco ressalta que a iniciativa pode abrir espaço para dividendos mais robustos no médio prazo e aumentar o interesse de investidores institucionais, dada a entrada no Novo Mercado e a maior liquidez esperada. O Goldman Sachs mantém recomendação de compra e preço-alvo de R$ 13, vendo a migração como um catalisador relevante para uma reclassificação da companhia no mercado de utilities brasileiro.

O Bradesco BBI elogia a rapidez com que a administração da Copel tem implementado seu plano de transformação e aprimoramento pós-privatização, demonstrando comprometimento com a governança e a geração de valor. A relação de troca implícita entre ações preferenciais e ordinárias, de cerca de 1,062, é considerada justa, favorecendo ligeiramente os detentores de PNs, mesmo que alguns acionistas preferenciais pudessem argumentar por uma relação mais próxima de 1,1. O BBI pondera que a aprovação depende da articulação com acionistas relevantes, como o Governo do Estado do Paraná (detentor de 27% das ONs) e o BNDES (detentor de 31% das PNs), ambos com sinais de apoio.

O Bradesco BBI não vê risco à tese de dividendos com o pagamento em caixa de cerca de R$ 1,3 bilhão para o resgate das ações PNC. A alavancagem projetada sobe de 2,85 vezes para 3,08 vezes Dívida Líquida/EBITDA no final de 2025, ainda dentro do intervalo-alvo da empresa. A expectativa do BBI é de que a Copel aumente seu dividend yield para cerca de 10% em 2025, subindo para aproximadamente 12% ao ano em 2026 e 2027. O BBI reitera recomendação de compra e preço-alvo de R$ 14.

O Morgan Stanley também considera positiva a proposta de migração da Copel para o Novo Mercado, por fortalecer a governança, simplificar a estrutura acionária e aumentar a liquidez das ações. Apesar do prêmio de R$ 0,7749 por ação preferencial estar 16% abaixo do spread de mercado (R$ 0,92), o banco o considera justo, alinhado ao valor presente líquido estimado da diferença de dividendos entre as classes. O Morgan Stanley mantém classificação de compra e preço-alvo de R$ 12.

Na mesma linha, o JPMorgan considera positiva a decisão da Copel, destacando que a iniciativa reforça a governança corporativa da empresa, simplifica sua estrutura acionária e uniformiza os direitos de voto. A unificação das ações deve aumentar a liquidez dos papéis, tornando-os mais atraentes para investidores institucionais e estrangeiros. O JPMorgan avalia que o valor oferecido para o resgate das ações preferenciais é justo, refletindo adequadamente o diferencial de dividendos entre as classes. O banco ressalta que a migração pode facilitar futuras negociações com credores e possibilitar uma estrutura de capital mais eficiente, apoiando o crescimento sustentável da companhia.

Em suma, a migração da Copel para o Novo Mercado é vista pelo consenso do mercado como um movimento estratégico que fortalece sua governança, otimiza sua estrutura de capital e aprimora a atratividade de suas ações, posicionando-a como uma companhia com alto potencial de valorização no setor de energia.

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