Curitiba, 24 de junho de 2025 – O dólar norte-americano encerrou as negociações desta terça-feira com uma ligeira valorização frente ao Real, refletindo um dia de volatilidade no mercado cambial brasileiro. O movimento foi influenciado tanto por fatores externos quanto pela dinâmica interna após o feriado de Corpus Christi, que manteve os mercados fechados na última quinta-feira, resultando em um acúmulo de demandas e ajustes no retorno da liquidez.
Ao final do pregão, a cotação do dólar comercial registrava:
- Compra: R$ 5,4932
- Venda: R$ 5,4938
Para operações de turismo e remessas internacionais, o dólar turismo seguiu a tendência de alta, com os seguintes valores aproximados:
- Compra: R$ 5,7422
- Venda: R$ 5,7630
Essa cotação representa uma leve alta em relação ao fechamento da última quarta-feira (18 de junho), quando o dólar comercial havia encerrado em R$ 5,48.
Cenário Global: Fed e Geopolítica no Radar
Internacionalmente, a moeda americana teve um dia de flutuações, com investidores atentos a sinais da política monetária do Federal Reserve (Fed). Apesar da expectativa de que o ciclo de alta de juros nos Estados Unidos esteja em sua fase final, ou até mesmo se aproximando de um corte futuro, qualquer dado econômico que sugira resiliência da economia americana pode reforçar a cautela do Fed e, consequentemente, dar fôlego ao dólar. A valorização de hoje pode ser interpretada como um ajuste a dados divulgados no exterior durante o feriado brasileiro.
Além disso, a tensão geopolítica em regiões como o Oriente Médio continua a ser um fator de incerteza global. Embora não tenham ocorrido grandes escaladas hoje, a persistência desses conflitos mantém o dólar como um ativo de “porto seguro” em momentos de maior aversão ao risco. Movimentos nos preços das commodities, como petróleo e minério de ferro, também influenciam o Real, sendo que flutuações nesses mercados impactam a balança comercial brasileira.
Fatores Internos e o Impacto do Feriado
No Brasil, o retorno das atividades após o feriado prolongado gerou uma dinâmica de ajuste no mercado. A liquidez reduzida na quinta e sexta-feira da semana passada resultou em um volume de negociações concentrado nesta segunda-feira, contribuindo para a volatilidade observada. Agentes de mercado buscaram se posicionar diante das notícias acumuladas, tanto internas quanto externas.
A cena política interna, com discussões sobre a agenda fiscal e as reformas econômicas no Congresso Nacional, continua a ser um ponto de atenção. Sinais de avanço ou retrocesso nessas pautas podem influenciar o humor dos investidores e, consequentemente, a valorização ou desvalorização do Real. O compromisso do governo com a responsabilidade fiscal é um fator crucial para a atração de investimentos e para a estabilidade da moeda nacional.
O Banco Central do Brasil (BC) também segue no radar dos analistas. Suas próximas decisões sobre a taxa básica de juros (Selic) e sua comunicação sobre o controle da inflação são elementos-chave para o comportamento do Real. Uma postura mais conservadora no combate à inflação tende a fortalecer a moeda, enquanto um cenário de maior flexibilidade monetária pode gerar pressão de alta no dólar.
Impacto no Cotidiano e Perspectivas
Para o dia a dia do brasileiro, a alta do dólar, mesmo que leve, significa um custo maior para viagens internacionais, produtos importados (como eletrônicos e veículos) e para o preço de commodities que impactam a inflação, como combustíveis e alimentos. Empresas que dependem de insumos importados também sentirão o impacto nos custos de produção.
Analistas de mercado sugerem que a volatilidade deve continuar nos próximos dias. O fluxo de capital estrangeiro para o Brasil e as notícias da política econômica doméstica serão cruciais para definir os próximos movimentos do dólar. O mercado seguirá atento aos indicadores econômicos globais e às decisões dos bancos centrais, que moldarão as tendências do câmbio no curto e médio prazo.