São Paulo, 28 de junho de 2025 – O dólar comercial encerrou a semana com uma valorização modesta frente ao real nesta sexta-feira, 28 de junho. A moeda norte-americana fechou o pregão cotada a R$ 5,42 para compra e R$ 5,421 para venda, um movimento que reflete a cautela dos investidores em meio a dados econômicos recentes e à indefinição no cenário externo.
A alta de hoje, embora contida, reverteu parte da leve queda observada na quinta-feira, 27 de junho, quando a divisa havia encerrado o dia cotada a R$ 5,41. O movimento de sobe e desce da moeda estrangeira tem sido uma constante nas últimas sessões, com o mercado sensível a cada nova informação que possa impactar o fluxo de capitais e as expectativas para a política monetária global.
O dia anterior foi marcado por um ambiente de menor volatilidade, com o dólar oscilando em um patamar mais baixo antes de encontrar suporte próximo à marca de R$ 5,40. A atuação pontual de exportadores, que aproveitam momentos de maior valorização do real para internalizar seus recursos, e a expectativa por novas sinalizações do Banco Central brasileiro contribuíram para essa contenção. No entanto, o cenário internacional, ainda permeado por incertezas, manteve os investidores em alerta.
A decisão de juros nos Estados Unidos continua sendo um dos principais vetores para o comportamento do dólar. Embora não houvesse reunião do Federal Reserve nesta semana, as declarações de membros do comitê de política monetária e a divulgação de indicadores econômicos nos EUA são sempre monitoradas de perto. Qualquer sinal de que o Fed possa postergar ou acelerar um eventual corte de juros impacta diretamente a atratividade dos títulos americanos e, consequentemente, a demanda por dólar no mercado global.
No Brasil, a atenção se voltou para a inflação. Dados divulgados na quinta-feira mostraram uma desaceleração em alguns índices, o que pode abrir espaço para o Banco Central continuar com sua política de flexibilização monetária. Contudo, as pressões inflacionárias ainda persistem em setores específicos, o que exige cautela por parte das autoridades monetárias. A perspectiva de juros mais baixos no país tende a diminuir a atratividade do mercado local para investidores estrangeiros em busca de maior rentabilidade, o que pode gerar uma pressão de alta no dólar.
O cenário fiscal também segue no radar dos analistas. As discussões sobre o equilíbrio das contas públicas e a aprovação de reformas estruturais no Congresso Nacional são fatores-chave para a percepção de risco do Brasil. Um ambiente de maior disciplina fiscal tende a atrair investimentos e, consequentemente, fortalecer o real, enquanto incertezas nesse campo podem afastar o capital estrangeiro.
Para os próximos dias, a expectativa é de que o dólar continue a operar em um compasso de espera, com os olhos voltados para novos dados econômicos tanto no Brasil quanto no exterior, além de possíveis desdobramentos na cena política global. A volatilidade deve persistir, exigindo dos agentes de mercado uma análise atenta e constante dos fatores que influenciam o câmbio. A cotação de hoje sinaliza uma leve inclinação à valorização do dólar, mas sem indicar uma tendência de forte alta no curto prazo, mantendo o mercado em compasso de espera.